Um ano de peregrinação da cruz e do ícone da JMJ

 

Nesta terça-feira, 18 de setembro, completou-se um ano de peregrinação, pelo Brasil, da cruz e do ícone de Nossa Senhora em preparação para a Jornada Mundial da Juventude que será realizada em julho de 2013 no Rio de Janeiro. Pe. Antonio Ramos do prado, assessor da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB faz uma avaliação desse período.

"A Cruz Peregrina é um símbolo da fé católica, da evangelização, da união de várias nações com o objetivo de expressar redenção e fé. Porém, a Cruz Peregrina tem um significado maior, mais forte, mais amplo: representa a figura de Cristo Salvador, o cordeiro de Deus.

 

No Brasil os Ícones chegaram no dia 18 de setembro de 2011 na cidade de São Paulo. Uma grande festa religiosa aonde reuniu 100 mil jovens. A partir desse dia os ícones iniciaram a peregrinação no território brasileiro levando esperança e alegria aos jovens para que eles tenham vida em abundância.

 

Os ícones da JMJ têm proporcionado um fervor apostólico em todas as dioceses por onde passam. O clero tem reafirmado a opção afetiva e efetiva pelos jovens da Igreja do Brasil. Um novo olhar de esperança para a juventude que nesse momento é uma população de mais 52 milhões no Brasil.

 

Os Ícones têm levado esperança aos presídios, casas de recuperações de dependente químico, orfanatos, riberinhos, aldeias indígenas, etc. Deus esta presente em cada um desses lugares de sofrimento e deseja que os seus filhos possam viver com dignidade, pois a vida é um presente amoroso de Deus.

 

Ao passar pelas escolas e universidades os Ícones provocam na vida dos jovens e de seus educadores um desejo amadurecer a fé e rever o próprio projeto de vida. Em especial nas universidades o debate entre Fé x Razão tem sido um ponto fundamento para o diálogo e respeito pela diversidade religiosa.

 

Os eventos de massa como Boté, procissões e fóruns têm sido um espaço de visibilidade de Evangelização e ao mesmo tempo os cantores católicos do Brasil propagam o Evangelho através da música e da arte. São milhares de jovens que participam desses espaços e divulgam o Evangelho em outros meios.

 

O Papa João Paulo II, ao entregar a Cruz aos jovens disse “Meus queridos jovens, ao concluir este Ano Santo, confio­vos o símbolo deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Levai-a pelo mundo afora como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciai a todos que só na morte e ressurreição de Cristo é que poderemos encontrar salvação e redenção”. Assim os ícones especialmente através dos jovens propagam o Evangelho e leva os jovens a evangelizarem outros jovens.

 

A missão continua. No mês de dezembro os ícones irão para os outros países do Cone Sul – Paraguay, Uruguay, Argentina e Chile e após esse caminho internacional retornará para o Brasil e continuará o seu itinerário até a JMJ no Rio de Janeiro".

Setembro: mês da Bíblia

 

Dom Orani João Tempesta Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

 

Estamos em mais um dos meses temáticos. Além dos temas dos textos bíblicos e os próprios da liturgia, a Igreja no Brasil nos sugere um assunto que perpassa todo o mês para a nossa reflexão.

 

Em setembro, a Igreja Católica celebra o mês da Bíblia. Esse mês temático foi criado em 1971 e ele foi escolhido porque no último domingo celebramos o Dia Nacional da Bíblia, devido à proximidade da festa de São Jerônimo, patrono dos estudos Bíblicos, no dia 30.

 

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Ouvintes e Servidores da Palavra

Qui, 30 de Agosto de 2012 08:06 por: cnbb   Dom Nelson Westrupp Bispo de Santo André Ao longo do mês da Bíblia somos convidados a uma leitura mais assídua da Palavra de Deus. São Tiago recomenda receber com humildade a Palavra que em nós foi implantada e que é capaz de salvar as nossas almas. Não basta, porém, sermos meros ouvintes da Palavra, enganando-nos a nós mesmos, mas praticantes da Palavra (cf. Tg 1, 21-22). É a Palavra que nos salva. Mas para isso é necessário pô-la em prática como expressão de vida no amor. Não basta conhecer e saber o Evangelho; é preciso convertê-lo e transformá-lo em vida. Temos de ser terra boa, bem preparada, adubada, onde a Palavra do Senhor enraíza e cresce. A Palavra de Deus é amor. Quem ama, cumpre e vive a Palavra. Quem se aproxima dos pobres e dos mais necessitados e se compadece dos aflitos e sofredores, é praticante da Palavra, agrada aos olhos e ao coração de Deus. A Palavra de Deus é vida e ação. Quando a Palavra de Deus tiver produzido o seu fruto, voltará à nascente, cumprida a missão. Só será plenitude e perfeita compreensão, quando se tiver cumprido em nós (cf. Is 55, 10-11). Deus quer a salvação de todo ser humano, e o mundo inteiro é terra boa dos seus cuidados. Por isso, mandou profetas a preparar caminhos e, chegada a plenitude dos tempos, enviou o seu próprio Filho (Gl 4, 4), divina semente, Palavra de vida eterna. Não há terreno duro onde o Senhor não lance a semente. Preocupações, riquezas e cuidados podem sufocar a Palavra, mas o amor misericordioso do Pai não rejeita nenhum de seus filhos e filhas. A nossa mediocridade e lentidão de inteligência (cf. Lc 24, 25) não impedem a mão de Deus. A alma que lesse a Palavra sem a preocupação de vivê-la e pôr em prática sua mensagem, morreria de sede à beira da fonte de água viva. Portanto, redescubramos a maravilha da Palavra de Deus, que é “viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4, 12). Redescubramos sua eficácia no próprio coração da Igreja, na sua liturgia e na oração, na evangelização, na vida pessoal e comunitária... Feitos discípulos(as) missionários(as) de Cristo, poderemos experimentar o sabor da Palavra de Deus (cf. Hb 6, 5), vivendo-a na comunidade eclesial e anunciando-a aos corações acolhedores. A Palavra do Senhor seja nossa alegria diária. Recomenda-se aos “servos da Palavra” no trabalho da evangelização a leitura orante da Palavra de Deus, caminho seguro para um salto de qualidade na vivência da fé e do amor. A leitura meditada e rezada da Palavra leva a um encontro vital e transformador com Cristo, tornando-nos discípulos(as) e servidores(as) da Palavra de Deus na missão da Igreja. Aliás, a “Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela” (VD, 3). Quais filhos e filhas desta Igreja, somos enviados para anunciar a todos a Palavra que é Cristo. Tendo-a escutado, respondamos “com a obediência da fé” (cf. Rm 1, 5; 16, 26) e “o ouvido do coração”, a fim de que as nossas palavras, opções e atitudes “sejam cada vez mais uma transparência, um anúncio e um testemunho do Evangelho”, e vivamos por Ele (cf. 1 Jo 4, 9)” (CNBB, Doc 97, n. 92). A exemplo de Maria Santíssima, vivamos a plena obediência da fé em sintonia com a Palavra de Deus. Escutando a Palavra com o ouvido do coração, cresceremos na fé, na esperança e no amor.

Um pai sempre presente

Na vida familiar faz uma diferença abissal o pai marcar presença no lar, próximo da esposa, e interessado no bem dos filhos, e um pai que tem uma freqüência intermitente, é omisso, ou padece de um absenteísmo total. Toda criança tem direito a um pai. Isso dá segurança, chances maiores de uma boa educação, equilíbrio psicológico e mais firmeza. E o nosso Pai Celeste seria um ausente, um Ser Poderoso que criou todas as coisas, e se retirou em seguida para um ócio eterno? Isso seria até inimaginável. Como poderia o Ser, amoroso por excelência, tirar do nada sua obra maravilhosa, estabelecer-lhe leis, colocar um sentido antrópico em todo o cosmos, e em seguida se desinteressar por tudo?  “Nele é que temos a vida, o movimento e o ser” (At.  17, 28).

    Isso nos leva a refletir sobre a nossa proximidade familiar com o Pai por excelência. É sabido e experimentado por todos, como as criaturas, ao mesmo tempo em que são maravilhosas e surpreendentes, são cheias de limitações. Até nosso DNA pode ter defeitos. Só Deus é a pura perfeição. Diante das nossas carências, das angústias repetitivas, e dos males que nos assolam, devemos nos entregar ao conformismo?  Padecer calados? O próprio Pai Justo (como Jesus o chamava), já nos deu soluções adequadas. Primeiro, deu-nos inteligência, para pegar os caminhos necessários para superar os inúmeros problemas da vida – tudo mediante muito trabalho e dedicação. Mas também Jesus nos encorajou para pedir a ajuda paternal de Deus. Ele, pela sua providência, sem infringir nenhuma lei estabelecida, pode nos ajudar. “Pedi e recebereis” (Mt. 7, 7). Mas não devemos  facilmente pedir milagres. Isso seria invocar o Poderoso para corrigir a sua criação. Mas fazer pedidos de auxílio até honra a Deus. Quanto ás estiagens anuais, não nos devemos alarmar. Quando cheguei em Minas – há 35 anos – o povo me ensinou que os meses que tem erre no nome, são meses de chuva. E os meses que não tem erre são de seca. Portanto, o alarme que se faz, dizendo que já faz tantos meses em que estamos sem chuva, é falso. A alternância entre chuva e seca é bom para a natureza. Essa lei o Pai Eterno não vai corrigir. Se fizermos esse pedido, provavelmente Ele nos brindará com outros favores, eventualmente mais necessários.

Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG.
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Vou fazer diferente nestas eleições de 2012

No próximo 7 de outubro em todo o Brasil haverá o que é chamado “festa da cidadania”, ou seja, as eleições, que neste ano são em nível municipal. É neste momento que o eleitor diante das urnas confiará a prefeitos e vereadores os cargos de condução e governo de nossas cidades. O ato de digitar alguns números pode até ser tomado como simples e passado algum tempo, cair no esquecimento individual e coletivo. Porém, os efeitos do voto costumam ter consequências que duram bem mais do que nossa memória.
O envolvimento sério e consciente no pleito é questão de dever e direito do cidadão e auxilia na construção da democracia representativa, ou seja, os representantes (vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores, presidente...) exercem seu poder em nome do povo e não com um poder próprio. Eles devem buscar em sua função de representantes do povo o bem comum da sociedade e nunca em favor do seu próprio bem ou de grupos.
É evidente que o tempo que estamos vivendo é de descrédito em relação a política, pois ela e os políticos já não conseguem responder às questões, demandas e anseios da população. É preciso lembrar que pautar-se pela ética e por uma conduta ilibada não é somente matéria para discursos ou favor que se presta à sociedade. Ser correto não deve ser algo extraordinário ou material para campanha eleitoral. É obrigação de cada cidadão, inclusive de todos os que disputam e ocupam cargos públicos.
Para que a corrupção, os desmandos e a falta de transparência nas coisas públicas não se tornem um desencanto constante na vida dos brasileiros é preciso que se renovem as estruturas e as pessoas. Isso podemos por meio de nosso voto consciente. É preciso que homens e mulheres de fé se tornem sal, luz e fermento onde são ausentes os valores cristãos. Como pessoas de fé todos são chamados a escutar os clamores do povo, a se pautar por valores humanos e éticos condizentes com os valores reais do Evangelho para que se construa em nosso meio uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
As eleições municipais têm um distintivo, pois coloca em disputa projetos para solucionarem problemas que estão próximos do cidadão, tais como: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, lazer, cultura, ecologia... Além do mais, os candidatos são mais próximos, o que deve favorecer com que a escolha seja mais acertada. O voto é pessoal e intransferível, mas tem consequências para a vida de toda a comunidade, por isso não se pode pensar que o exercício da cidadania só se dá no momento em que se vota.
É preciso que o eleitor estabeleça critérios dignos para discernir os autênticos políticos e estes estejam atentos para compreender que seu mandato é um serviço à população e não meio de se enriquecer ou de atender outros interesses. O verdadeiro político pensa no bem da sociedade, especialmente dos pobres e necessitados. “Eles, os políticos, precisam ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, pela competência, pela transparência e pela vontade de servir ao bem comum. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os eleitores, em contínuo diálogo entre o poder local e suas comunidades.” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB)
A partir deste horizonte algumas pistas nos deixam esclarecidos: vote sempre, pois não votar é omissão; vote com liberdade, pois na democracia se é livre para escolher; o voto é um direito e um dever de todo cidadão; não venda seu voto; conheça o candidato, sua história, suas alianças políticas; conheça o programa dos candidatos; fique atento às falsas promessas; vote com consciência exigindo projetos consistentes e que visem o presente e o futuro da cidade; examine quem está financiando a campanha do seu candidato e acompanhe os eleitos. As eleições são o começo de um processo e nunca o fim. Por isso, faça diferente, vote consciente.