O verdadeiro Deus Nosso Senhor Jesus
Neste dia 28 de março celebramos o Domingo de Ramos. Que marca a entrada triunfante de Jesus de Nazaré pelas portas dos fundos da cidade de Jerusalém. Fazendo uma contraposição da parusia, que significa chegada triunfante, que havia, naquela época onde os homens da cidade eram obrigados a estender panos brancos e vermelhos e tinham de gritar, com voz forte e alegre a chegada do Rei Herodes Etipas. Ele representava o divino para os romanos e simpatizantes. Quem fosse contra essa parusia era ferido ou morto pela espada ou lança dos soldados. O Rei Herodes Etipas sempre vinha acompanhado de cavalos e carros de guerra. As mulheres, crianças e velhos ficavam nas casas, olhavam pelas brechas das janelas o movimento.
Jesus faz uma paródia desta parusia do rei Herodes Etipa, mostrando quem é o verdadeiro Deus e Rei. Jesus se mostra humilde e simples montado num jumentinho, ao invés, de cavalo e carros de guerra. Jesus ao entrar pela porta do fundo, aclamado por mulheres, crianças, jovens e homens; que gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino do nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus” (Mc 11,9-10).
Jesus faz uma crítica humorada sobre as lideranças judaicas e romanas da época. E as de hoje? Mostra quem é o verdadeiro rei, humilde e servidor; do Deus que se esvazia de si mesmo, assume a condição humana de escarvo. Sendo obediente à Aquele que lhe enviou. Morre por causa de toda humanidade numa cruz. Mas “Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: ‘Jesus é o Senhor’, para a glória de Deus Pai” (Fl 2, 9-11).
Tivemos missas da Liturgia de domingo de Ramos nas comunidades São Luiz Gonzaga, São Sebastião, São Francisco de Assis, São Cristovão, além da Nossa Senhora do Rosário do centro de Horizontina – RS. No sábado, dia 27/03, à noite após a missa, tivemos a benção dos Ramos, em forma de drive thru, com presença de mais 200 carros participar desse momento tão especial. Ótima Semana Santa.
Iniciemos com a Igreja o caminho espiritual que nos levará até a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. A quaresma é um tempo que nos mobiliza para a conversão e a reconciliação com Deus e com os irmãos. São quarenta dias de reflexão intensa, sempre com o enfoque da conversão. Tudo isso para nos preparar bem para a maior de todas as celebrações do nosso calendário litúrgico, a Páscoa. O tempo da quaresma vai da quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC, n. 109).
No Evangelho de São Mateus (6,1-6.16-18), Jesus apresenta três práticas muito significativas que nos permitem captar o sentido profundo desse tempo. O JEJUM: ao jejuar, purificamos não somente o nosso corpo, mas também o espírito. E quanto menos apego e coisas houver em nosso coração, mais espaço haverá nele para Deus. A ORAÇÃO: para expressar o nosso amor a Deus e o desejo de realizar a sua vontade, somos convidados a intensificar a oração pessoal e comunitária. A CARIDADE: somos convidados a quebrar o nosso egoísmo e imitar a misericórdia de Deus, repartindo o pão com os necessitados. Para tanto, no Domingo de Ramos, a Igreja propõe a coleta da Campanha da Fraternidade manifestando assim, o nosso espírito de solidariedade para com os aqueles que mais precisam da nossa ajuda. (Cf.: www.buscandonovas aguas.com).
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove este ano, durante a quaresma, a CAMPANHA DA FRATERNIDADE, cuja finalidade principal é vivenciar e assumir a dimensão comunitária e social da quaresma. Neste ano a CF é ecumênica e nos faz um apelo com o tema: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. E o lema evoca a construção da paz: “Cristo é a nossa paz; do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14).
A escolha da passagem bíblica dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) como pano de fundode toda construção e dinâmica do Texto Base da CF é muito significativa! O esplendoroso texto de Lucas está totalmente relacionado com a caminhada de nossa fé. Trata-se de reconhecer a presença do Ressuscitado no meio do mundo e do coração da Igreja. O texto bíblico apresenta o encontro dos discípulos de Emaús com o Ressuscitado, no caminho, na Palavra e no partir do Pão. Depois da experiência, eles ficaram totalmente transformados, voltam correndo para a comunidade, a fim de partilhar o que viveram no caminho. Trata-se de uma experiência que, igualmente, pode transformar o sentido de nossa vida atual, se de fato nos encontrássemos com o Ressuscitado em nossa caminhada. O convite é se deixar interpelar por Ele, dialogando e sendo alimentados com a Palavra de Deus e pela Eucaristia.
Somos desafiados a viver este encontro em uma sociedade que está imersa numa mudança de época, que apresenta novos paradigmas, que implicam uma séria revisão de nossa missão e a coragem de iniciar caminhos inéditos de presença e de testemunhos. Percebemos a necessidade de retornar ao centro de nossa missão e de tomar decisões de profundas mudanças que nos ajudem a abandonar algumas situações sociais e eclesiais para assumir com maior decisão a tarefa evangelizadora.
Pe. Frei Leonel Moisés da Silva, OFM
Pároco